segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sexo ou Poder?


Lendo um texto hoje sobre homossexualidade na antiguidade me dei conta da relação de poder que existe desde há muito tempo. O homem ama ou exerce uma relação de poder sobre o outro(a)? Bem falando um pouco de Roma antiga: existiam relações homossexuais entre homens conhecida como pederastia, que o homem livre só podia se relacionar com outro homem – escravo ou jovem - se ele tivesse papel ativo, o outro no papel passivo só podia exercer essa função se fosse o escravo ou jovem (efebo na Grécia).

E ai entra toda uma questão de poder sobre o outro, de mostrar como o machismo é mais antigo que Jesus Cristo. Essa relação do homem com outro homem era vista por Platão como excesso e não com uma visão moralista da homossexualidade. Mas muitos de nós pensamos que na antiguidade o sexo era banalizado ou não existia uma moral que regesse o sexo, mas pelo contrario do que imaginamos existia sim, claro existia todo um contexto diferente sobre a sexualidade, ritos religiosos para deuses e deusas entre outras coisas, na questão da homossexualidade os antigos apenas tinham como excessos e não como “patológica” como veio a ser depois que a moral cristã surge.

Essa questão de relações sexuais e afetivas entre homens eram comuns para os homens livres, mas apenas comuns se exercessem um papel ativo, se um homem livre exercesse um papel passivo estaria entrando contra a moral da sociedade e ai caindo em grave erro e apenas o homem escravo, o jovem e a mulher exercem papel passivo, uma mulher homossexual exercendo papel ativo estria se igualando a um homem sendo uma abominação para tal. Ai encontramos um relação explicita de poder que o homem antigo exercia sobre os outros homens e mulheres seja qual for a classe social o que importava era ser o penetrador sem levar em conta o gênero da pessoa. As leis eram baseadas em proteger o jovem de investidas Ativas e não importava a homofília. Via-se a mulher como ser passivo em amplo sentido: sexual, político, social e legal. Um homem livre que se sujeitasse a passividade logo estaria entrando no universo feminino da passividade e perdendo sua masculinidade viril, ai nasce o machismo, o homem repressor do feminino, o homem repressor da liberdade, encontramos ai na antiguidade o homem cujo domínio o faz exemplar e de alta moral.

Então podemos ver essa relação de poder que o homem exerce sobre o sexo, sobre o a importância de manter um papel de penetrado no outro, de penetrador não só literalmente, mas nas questões de domínio do outro, do escravo de comando da posse do outro ser. Essa relação de controle sobre os seres passivos de si.

Outra questão interessante é a felação (sexo oral) que na antiguidade era tida como a pior das abominações, e era mais digno manter relações passivas do que praticar a felação. Com esses pequenos exemplos podemos ver que as relações com o sexo na antiguidade não eram banais, tinham sim suas estruturas morais.

A moral da antiguidade variava com os estatutos sociais, logo o homem era regido pela moral e as leis e a moral eram construídas do que se podia e não podia fazer no ato sexual, logo o sexo constrói a moral e a moral o homem, formando uma relação circular, entendendo assim o que constrói o homem é o sexo e a relação que ele exerce sobre o sexo.

Será que estamos muito longe das civilizações antigas? Será que nos somos ainda regidos pelo sexo? Afinal somos animais e como tal nos comportamos, e temos nossos instintos básicos: alimentar-se, saciar-se da cede e procriar-se. E procriar com o doce prazer do sexo, que hoje já passou não mais a ser uma função de procriação da espécie e sim uma forma saciar o desejo pelo prazer do ato, um dos três pilares das funções instintuais do homem, e seriamos ainda controlados por desejos instintuais?

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns ...
Gostei bastante da sua forma de se expressar.

A história da Grécia antiga a cada dia me encanta mais.

Ass.: Anderson