quinta-feira, 30 de junho de 2011

A PERFORMATIVIDADE DO CORPO: O LIMITE DO BINARISMO SEXUAL




Diogo França

O corpo não pode ser apenas limitado pela sua forma, mas sim o corpo é o que representamos dele em gestos, formas, atitudes enfim em sua múltipla apresentação, desta forma pensamos no gênero metaforicamente como um molde para o corpo, onde “a diferença sexual é freqüentemente evocada como uma questão referente a diferenças materiais”- o corpo -, logo “a diferença sexual, [...] é uma função de diferenças materiais que não sejam, simultaneamente marcadas e formadas por práticas discursivas” (LOURO, 2000).

Logo entende-se gênero por um conjunto de características sociais e históricas do ser humano, não são somente idéias, mas remete-se “também a instituições, a estruturas, a práticas cotidianas e a rituais, ou seja, a tudo aquilo que constitui as relações sociais” (GROSSI, 1998, p. 05). Enfim gênero serve, portanto para determinar tudo o que é cultural e historicamente determinado em uma sociedade.

Os corpos não têm diferenças materiais, e também não somente discursivas, “o sexo não apenas funciona como uma norma, mas é parte de uma prática regulatória que produz os corpos que governa”. Assim, o sexo é um meio pelo qual normas regulatórias se articulam estruturando práticas das quais “o discurso produz os efeitos que ele nomeia”, essas normas produzem performances que constituirão a materialidade do corpo, “mais especificamente, para materializar o sexo do corpo [...] a diferença sexual a serviço da consolidação do imperativo heterossexual”. Tais práticas, movimentos, e essa fluidez do corpo em suas performances caracterizaram a diversidade das identidades de gênero e a segregação pelo imperativo heterossexual circunscrito na norma sexo/corpo (LOURO, 2000).

Nessa perspectiva vemos o sexo como uma norma que viabiliza o sujeito, Louro (2000) vem afirmar que não podemos entender gênero como uma construção cultural que simplesmente é imposta na superfície da matéria - o corpo - pois o corpo em sua materialidade não pode ser pensado separado da norma que regula a performance do sexo, o sexo, então “é aquilo que qualifica um corpo para a vida no interior do domínio da inteligibilidade cultural.”

Para Butler

“[...] não há possibilidade de acessar o corpo em sua materialidade, uma vez que o corpo está, desde o início, ‘aprisionado’ em uma rede de significados e valores que contribuem para formar o contorno físico do próprio corpo. O gênero é parte dessa estrutura, quando não a matriz de todas as estruturas. O gênero vem antes da possibilidade de um ‘eu’, é um tipo de portão para a realidade, pelo qual passam os seres humanos para alcançar a humanidade completa” (GUARALDO, 2007).

Logo nesse viés o binarismo do sexo não deixa espaço para outras identidades de gênero, tornando os sujeitos inviabilizados, assim sujeitos são corpos dinâmicos e instáveis, produtos de uma fantasia que Butler entende como liberdade. Logo “nenhum indivíduo torna-se sujeito se não foi antes sujeitado ou passou pelo processo de subjetivação”, desta forma sujeitos inviabilizados pelo binarismo transitam entre essas duas esferas demarcando de forma paródica os sexos – drags, transgêneros etc (GALLINA, 2006).

Desta forma os discursos produzidos/reforçados em instituições diversas produzem e regulam o corpo criando formas performáticas, assim “a performatividade não é, um ‘ato’ singular, pois ela é sempre uma reiteração de uma norma ou conjunto de normas e na medida em que ela adquire o status de ato no presente, ela oculta ou dissimula as convenções das quais ela é uma repetição”, ocultando as normas que regulam e produzem tais performances (LOURO, 2000).

Logo temos o sexo como práticas que moldam os corpos, implicitamente – ou não – sujeitando-nos, assim:

A força e a necessidade dessas normas (o "sexo" como uma função simbólica deve ser entendido como uma espécie de mandamento ou injunção) é, assim, funcionalmente dependente da aproximação e da citação da lei; a lei sem sua aproximação não é lei ou, ao invés disso, ela permanece uma lei governante apenas para aqueles que a afirmariam com base na fé religiosa. Se o "sexo" é assumido da mesma forma que uma lei é citada, então a "lei do sexo" é repetidamente fortalecida e idealizada como a lei apenas na medida em que ela é reiterada como a lei, produzida como a lei — o ideal anterior e não-aproximável — pelas próprias citações que ela diz comandar. [...] A lei não é mais dada em uma forma fixa, anteriormente à sua citação, mas é produzida através da citação, como aquilo que precede e excede as aproximações mortais efetuadas pelo sujeito (LOURO, 2000).

Com isso pensamos na distinção sexual como uma generalização ‘do corpo’, através dessas normas/leis ‘o copo’ se torna meio passivo, “que é significado por uma inscrição a partir de uma fonte cultural representada como ‘externa’ em relação a ele (BUTLER, 2009).

Através dessa discussão sobre o corpo podemos pensar sobre como o binarismo sexual restringe o ser, como as práticas masculinas e femininas não deixam espaço para a caracterização em assumir uma ‘interpretação’ do corpo diferente desse binarismo, Leão (2009) trás uma fala de Butler onde, vê-se que a naturalização da heterossexualidade leva a perceber que “somente os sujeitos construídos/conformados de acordo com as normas seriam representados politicamente”, assim sujeitos fora dessa dita “normalidade” não teriam representação política. Vemos com isso que o binarismo sexual e a heteronormatividade compulsória restringe as performances ‘do corpo’, é nesse viés que aparecem as identidades paródicas como as drags queen, transgêneros etc.

Temos de observar o binarismo sexual, também permeando amplos eixos de poder na sociedade estando intrínseco nessas relações dominantes, que antes de tudo precisamos compreender esses eixos onde tais performances se articulam, assim Butler (2009), trás sobre o binarismo sexual em que o “masculino/feminino constitui não só a estrutura exclusiva em que essa especificidade pode ser reconhecida, mas [...] uma vez totalmente descontextualizada, analítica e politicamente separada da constituição de classe, raça, etnia e outros eixos de relações de poder”, desta forma não devemos separar ‘o fazer’ desses corpos que atuam junto a toda essa teia de relações ‘normais’ que constituem o ser humano, pois é através também do gênero que constitui essa matriz do corpo tornando-nos seres humanos completos onde a possibilidade do ‘Eu’ só é concreta através desse portão para realidade – o gênero, que está engessado nesse binarismo (GUARALDO, 2007).

Louro (2004) vem afirmar o binarismo sexual que limita ‘o ser’ mesmo antes de existir um ‘Eu’:

“[...] O corpo, o ‘caráter’, a identidade, o modo de ser e de estar... Suas transformações vão além das alterações da superfície da pele, do envelhecimento, da aquisição de novas formas de ver o mundo [...] corpos e identidades em dimensões aparentemente definidas e decidas desde o nascimento (ou até mesmo antes dele). A declaração ‘É uma menina!’ ou ‘É um menino!’ [...] instala um processo que, supostamente, deve seguir um determinado rumo ou direção. A afirmativa, mais do que uma descrição, pode ser compreendida como uma definição ou decisão sobre um corpo [...] que é baseado em características físicas que são vistas como diferenças e as quais se atribui significados culturais” (LOURO, 2004, p.15).

É esse conjunto de especificidades que irá determinar as performances do corpo, desde antes do nascimento já estamos limitados pelos caracteres sexuais de macho e fêmea que irão ditar qual papel social devemos – supostamente – seguir, é com todo esse aparato ‘sexual’ que irá determinar os nossos fazeres, é todo esse aparato que irá determinar quem domina e detém o poder, quem irá ser sujeitado, com tudo isso as identidades paródicas surgem desconfortando e criticando esse conjunto binário, confundindo o ser homem e o ser mulher, uma drag quee desconforta esses limites, ela transpõem e confunde o que é ser um homem o que é ser uma mulher, onde vai o limite do corpo masculino e começa a performance do feminino confundindo corpos e produzindo fazeres “sua figura passa a indicar que a fronteira está muito perto e que pode ser visitada a qualquer momento” assim a drag quee é mais de um gênero em um corpo, são identidades ambíguas “em sua sexualidade e em seus afetos”, ela é um nômade no campo do gênero viajando transitoriamente, deliberadamente desconfortando o binarismo masculino/feminino (LOURO, 2004).

Enfim, precisamos compreender as performances do corpo, compreender o próprio corpo como anterior a esse binarismo, precisamos ter uma visão sócio-histórica do corpo, como produto de sociedades, crenças e fazeres que de tempo em tempo se modificam, devemos compreender o corpo com um atributo dinâmico, Butler apud (LOURO, 2004, p.79) afirma que “os discursos ‘habitam corpos’, que ‘eles se acomodam em corpos’ ou, ainda mais contundentemente, que ‘os corpos, na verdade, carregam discursos como parte de seu próprio sangue’” assim as performances do corpo devem ser pensadas nas culturas que estão mergulhados, no período histórico que se encontra. Enfim não devemos nos limitar a vislumbrar o corpo e seus movimentos apenas através do ‘molde’ do masculino/feminino, precisamos repensar esses limites e dar visibilidade a diferentes movimentos do corpo.

Se pensarmos nas cortes os corpos masculinos eram carregados de trejeitos efeminados, onde quão mais efeminado mais charmoso era, outrora a plebe os homens eram rústicos, isso marca bem o que Butler (2009) traz quando alega que:

“o gênero nem sempre se constitui de maneira coerente ou consistente nos diferentes contextos históricos, e porque o gênero estabelece interseções com modalidades raciais, clássicas, étnicas, sexuais e regionais de identidades discursivamente construídas. Resulta que se tornou impossível separar a noção de gênero das interseções políticas e culturais em que invariavelmente ela é produzida e mantida (BUTLER, 2009, p. 20).

Com isso podemos observar que em uma mesma época existiam comportamentos diferentes para o mesmo gênero, performances do corpo masculino que chegavam ao limiar do feminino e nem por isso eram segregados esses comportamentos, mais uma vez podemos afirmar que os comportamentos de gênero delimitam as performances do corpo e o binarismo sexual limita, engessa essas performances. Conclui-se, então que o binarismo sexual segrega indivíduos, tornando-os transgressores, por não seguirem a norma masculino/feminino.

REFERÊNCIAS

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 3. Ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2009.

GALLINA, Justina Franchi. Pós-feminismo através de Judith Butler. Rev. Estud. Fem.[online]. v.14, n.2, p. 556-558, 2006.

GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de gênero e sexualidade. Florianópolis: Editora da UFSC, 1998.

GUARALDO, Olivia. Pensadoras de peso: o pensamento de Judith Butler e Adriana Cavarero. Rev. Estud. Fem. [online]. 2007, vol.15, n.3, pp. 663-677.

LEÃO, Inara Barbosa. Contribuições da psicologia de Martín-Baró para o entendimento da violência contra os grupos sociais de sujeitos Homoafetivos, 2009. Disponível em: http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/81.%20contribui%C7%D5es%20da%20psicologia%20de%20mart%CDnbar%D3%20para%20o%20entendimento%20da%20viol%CAncia%20contra%20os%20grupos%20sociais%20de%20su.pdf. Acesso em: 13/02/2011.

LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Sentir...


Sentidos... A vida é cheia deles, e tão corriqueiramente não percebemos.
Percebo-me agora tocado por tal força que me faz "sentir"!

Sentir a vida, a suavidade do vento tocando a face,
A maciez do algodão sob a pele,
O som, o som...

Dar valor a vida... Aos seus sentidos, as suas afetações!
Simplesmente viver abstratamente sentir!

Dentro da sua anormalidade, encontrará a suavidade do sentido da vida.
Dentro da sua normalidade, encontrará a insanidade.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Amor Efêmero


Amor, ah palavra efêmera e tão cheia de significados,

Procuramos tanto por ti oh amor e ao encontrar te liquefaz em uma noite de suor,

E entre os dedos e os cabelos cheirando o ápice do prazer,

Tu acabas em fluidos extravasados

Em um momento que chamamos de Amor!

Que seja efêmero em tua forma, e cheio de significados como é teu sentimento.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Frustrações! Oh doce ópio...

Frustrações, sabemos lidar com elas? Falei antes nos desejos e em tudo o que ele nos prende. E as frustrações? A frâ veio me cobrando seus desejos expressos em comportamentos e quando tais comportamentos não são “comuns” como lidar?

Hora os desejos expressos em comportamentos devem ser expressos, ai estão os sujeitos da transgressão, e são esses sujeitos [ nós ] que vamos fazer alguma coisa mudar, fazer diferente, a frase do blog é “ porque normal é ser diferente”. Vamos ser diferentes frustrações virão sim com o choque de comportamentos, atitudes, coisas, falas, coisas, e coisas que os desejos suscitarão.

As frustrações também ocorrem das nossas escolhas, porque não podemos ter tudo e quando remete-se a escolhas também se há perdas, e as perdas as frustrações e porque não estamos contentes com o que temos, e sempre queremos mais? Aaah! Desejo insaciável ein! Então de novo ao desejo, sempre estamos desejamos mais e mais só que para se viver livre e aceitar os desejos nesse meio que vivemos temos de aprender a nos limitar, ou seja, não estamos livres do outro, mas podemos SIM estar livres de nós mesmos, quando aceitamos e deixamos livre esses desejo. Vivemos em uma sociedade que reprime coisas de uma forma diferente, mas ainda assim reprime, então frustrações para indivíduos que são livres dentro dos seus desejos é difícil de aceitar essas frustrações que o reprimem.

Enfim oh grande dilema, ser livre dentro dos próprios desejos e aprender a lidar com frustrações do mundo repressor, ou viver alienado dentro dos próprios desejos e permanecer igual à massa?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sei Lá

Lendo uns textos do Foucault me fez pensar em liberdade, controle e poder, poder de si, enfim nada que o texto em vários contextos não incitasse.

Desejo! Algo inerente a vontade do ser, controle, coisa construída socialmente dentro de si, controle do desejo: porque onde controle é construído socialmente o desejo é algo ruim de “libertar?” bom se eu controlo meu desejo logo sou dono de mim, pois tenho controle sobre meus desejos assim posso mais facilmente controlar o outro, mas eu não sou livre de mim mesmo, pois algo em mim (uma construção social e minha) não deixa eu ser do que naturalmente sou constituído, Desejos! onde são libertadores para uns e fonte de transgressão para outros.

A moral do homem, sempre feita dos homens e para os homens, falando não no sentido geral do termo HOMEM e sim no termo homem como gênero masculino, onde encontra-se o detentor do poder, de si e dos outros, e mais especificamente da mulher. O ‘ser’ homem é ser livre de tudo, onde nos seus desejos exprime sua total liberdade, onde só o homem tem “regalias” quanto a expressar sem pudor ou julgamentos esses desejos, a mulher sendo ser passivo torna-se transgressor no momento que adquire o papel masculino, do detentor do poder, a mulher no papel masculino assusta e intimida o homem. Essa moral de homens faz com que o homem não conheça a si mesmo, quero dizer, a mulher por estar presa dentro desse poder de repressão teve de reinventar seu viver dentro de uma moral masculina, ensinando e vivendo com seus filhos essa moral. Assim a mulher teve muito mais tempo para se auto-conhecer e aprender a lidar com seus desejos, onde o homem apenas expressou a mulher aprendeu a lidar e conhecer seus mecanismos aproveitando o máximo deles.

Bom, mas pra que liberdade? E por que repressão?

Acredito que buscamos a liberdade nos lugares errados, como foi dito, o próprio domino dos desejos de si, faz com que sejamos amarrados em nós mesmos, nessa constituição social e individual que somos para algo que deixamos de ser, nossos desejos, somos nós na mais simples forma, onde limitar nossos desejos para apenas controlar o outro, sendo o mais forte quem for mais auto-domiante e apenas para dominar o outro. Já pararam pra pensar o quanto isso é auto-destrutivo? E já se deram conta de quanto eu falo AUTO, de quanto o “eu mesmo comigo” faz coisas “inconscientes” conscientes de querer PODER! Nossa agora até imaginei Ritler com uma risada maligna! Fico por aqui sem uma conclusão, apenas devaneando sobre... e não podia deixar de compartilhar esse devaneio.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Diversidade e Possibilidades!


Erep “o cosia linda” como diria o Ed, então... Esse tal Erep parece um mundo paralelo a realidade (e com certeza é!) vivi momentos singulares não só por conhecer pessoas inesquecíveis, mas por viver coisas que tenho certeza estão longe de serem vividas aqui no “mundo real”.

Viver quatro dias nesse mundo paralelo de afetos, em que as pessoas não se importam como você é, apenas você é!

As diferenças não importam mais, pois somos seres singulares, diversos.

Eu vi meninos ficando com meninos e nem uma reação de espanto.

Eu vi gente fumando maconha e nem uma reação de repressão.

Eu vi gente viajando e ninguém julgando seus comportamentos.

E é esse lugar que eu quero que o mundo se torne, onde as pessoas se respeitam pelas suas diferenças e não julguem seus comportamentos, que suas ações sejam sinceras sem uma falsa moral.

Eu quero esse lugar todos os dias da minha vida, e viver com pessoas que sejam sinceras sem suas mascaras cotidianas, e que o afeto seja simplesmente afeto!

domingo, 3 de outubro de 2010

O dia de ontem...


Pois é, hoje dia de eleições e aquela velha “obrigação”, vocês não acham que a nossa “democracia” não é democrática?

Não entendo o porquê dessa obrigação, democracia não é escolha? Não é decisão para o povo e pro povo? Enfim...

Se o conceito de democracia vem de lá longe da Grécia antiga da antiga cidade de Atenas, onde mulheres escravos não participavam, era o que ainda é hoje de outra forma claro, mas que ainda continua, quem predominava o homem, hoje com algumas diferenças, quem predomina são os detentores de poder aquisitivo.

Penso que seria muito mais democrático escolher quem realmente esta se importando com tudo isso, sem obrigação, e colocar alguém no poder que realmente o POVO escolha, alguém que realmente foi escolhido pela vontade e não pela obrigação.

Não são os “detentores de poder aquisitivo” que mandam? Então são eles que fazem a cabeça do povo, são eles que manipulam, são eles que fazem com que você escolha quem eles querem no poder.

Hoje dia de eleições votei em apenas um candidato a presidente, anulei meus votos, achando muito triste essa escolha, por não achar candidatos que me convenceram a acreditar neles, acho triste fazer isso, mas dentre essa indignação foi à única coisa que achei plausível por mais inconseqüente que seja.

Enfim espero que hoje o futuro do nosso país mude e acreditemos que um dia essa “democracia” seja realmente democrática, seja realmente escolhas possíveis de serem feitas sem opressão e com consciência.

E que a força maior que rege o universo nos ajude!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Faça valer à pena


Hoje nessa noite fria de julho venho não criticar ou apontar coisas, hoje nessa noite fria de julho venho apenas fazer uma pequena reflexão de sobre como os momentos simples da vida são importantes.

Existem tantas e tantas mensagens de paz, mensagens de auto-estima, mensagens para refletimos sobre nós mesmos, que não tenho a pretensão de fazer valer esse escrito como tal, apenas uma sementinha que quero plantar aqui e se ficar pra uma pessoa já valeu a pena ter escrito, ter pensado nas pessoas que passam por aqui e lêem anonimamente ou não este blog, enfim...

Sempre ouço que os momentos simples são tão importantes, mas a gente passa tão desapercebido, são tão simples que não nós atentamos, durante essa semana tive exemplos de tais momentos, e o incrível foi que pude percebê-los! A se todos nós pudéssemos perceber esses momentos, a importância de um café a noite depois da faculdade, a importância de uma conversa na madrugada, o desabafo de uma noite fria de julho, ou a alegria de uma novidade que motiva viver.

Pra mim é difícil escrever sem criticar rsrsrsr, nossa sociedade capitalista exige tanto da gente, precisamos consumir, trabalhar para manter nosso poder aquisitivo, nossas mentes estão tão incrustadas em “sobreviver” nesse meio que paramos e nos perguntamos, como o tempo passa rápido! Rápido, é o tempo passa rápido se não pararmos pra perceber o quão bela é a vida, o quão importante são os momentos simples que vivemos, nessa correria para a ascensão profissional esquecemos de quem somos, ligamos a TV (costume acredito que de muita gente, na hora do almoço/janta) e vemos tantos crimes, violência em geral, tristezas e catástrofes, seria tão mais importante desligar a TV e conversar, aproveitar quem esta do seu lado hoje, e que amanhã poderá não estar mais, não quero ser fatídico, mas sim realista não sabemos quando iremos morrer, então porque não aproveitar todos os momentos?

Sem querer entrar em assunto religioso, mas Jesus não ensinou a lei do Amor? Por que é tão difícil praticarmos? Não o amor que pobre de nós entendemos, mas um amor além do humano, apenas amar, viver em paz com as pessoas, ando cansado de ver tantas brigas, desarmonias, gente falando de gente, essas cosias fúteis que existe por todo canto, vamos aproveitar os momentos simples que vivemos e esquecer parar de se preocupar com tanta coisas desnecessária, não sabemos quando iremos pro “outro lado” então vamos viver o hoje sem tanta ansiedade que é o mal do mundo hoje, peço pra vocês começarem a acordar pra uma nova realidade, a realidade DA SUA VIDA! Acordar para um novo fazer de suas vidas, se fulano falou mal de ti, esquece o que te acrescenta? Nada! Se brigou com alguém, perdoe a raiva vai acabar com você e não com outra pessoa, como canta a música “o ódio é o veneno que você toma querendo que o outro morra”, existem tantas coisas simples que passam desapercebido por nós, quão gostoso é receber um Bom Dia sincero! Quão bom é você passar por alguém sorrindo, quão bom é sentir esses pequenos momentos simples, são eles que vão construir sua historia, a cada dia que passa você constrói sua historia, e se cada dia que você estiver consciente do que está construindo quão melhor pessoa você será!

Como falei no inicio era apenas uma reflexão de uma noite fria de Julho, comece você também a perceber esses momentos, abrace uma pessoa quando tiver vontade, sorria apenas sorria quando reagirem de mau humor com você, apenas irradia alegria pras pessoas que ainda não vêem ela, elas só precisam de um sorriso sincero, e não se deixem contaminar pelas peripécias da vida, elas nos ensinam, e só você pode escolher como reagir a certos ensinamentos, aprenda com esses pequenos momentos, com a simplicidade que é a vida, com a simplicidade de uma planta.

Aproveite todos os momentos de sua vida! Dependerá de você fazer eles serem bons ou ruins, por mais difíceis que sejam será você quem vai determinar o grau de importância, quais são mais relevantes, os momentos BONS ou os ruins? Cabe a você fazer essa escolha!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Morro e não vejo tudo!


Não faltava mais anda mesmo, HETEROFOBIA? Francamente os políticos do nosso pais precisam achar o que fazer, li um artigo do site MundoMais que fiquei atônito.

A reportagem trata de um deputado que propôs um projeto de lei contra a HeteroFobia, ta bom? Quer dizer, criminalizar a heterofobia, está claro que é uma ironia ao PCL 122/06 que criminaliza a Homofobia no pais. No artigo ele diz que “as maiorias também precisam de políticas publicas”, eu concordo as maiorias são quantitativamente menores não é? E as minorias são quantitativamente maiores, por que não políticas publicas pra esse publico de “grandes menores” que são tão necessitados sócio-culturalmente?

Aonde o nosso pais vai parar! Em plena ano de eleições estamos vivendo de pão e circo, a copa realizada na África onde existe milhões de famintos e milhões estão sendo gastos com Futebol! E por que se preocupar com a Homofobia no Brasil? Acho que é irrelevante a nos!

Onde está a ética dessa gente (nossa gente que aceita isso)? Que pais é esse o nosso que em um ano morre por volta de 182 homossexuais por crime de homofobia pelo simples fato de amarem um ser do mesmo gênero, do mesmo sexo, e dizem que as “pequenas maiorias” precisam de leis e políticas publicas para serem “Protegidas”? E nós? Que morremos aos montes quando estamos simplesmente tentando viver e ouvimos um “viadinho!” ou um “caminhoneira sapata” – nossa que absurdo o Word corrige o gênero feminino de caminhoneiro será que não existe mulheres que exerçam isso? O preconceito impregnado em TUDO – será que não temos nossos direitos como seres humanos? Estamos apenas tentando viver de forma comum, mas como tentar viver de forma comum se tem gente tentando criar leis tais de criminalização a Heterofobia?

Será que não vivemos o suficiente de estigmas por sermos “diferentes” da heteronormatividade? E ainda temos de presenciar mais isso? Realmente é um absurdo! Todos os dias vivemos a repressão de um sistema capitalista normatizador da heterossexualidade e agora isso, reclusão de três anos pra criminalização da heterofobia, quer dizer ser todos os dias chamado de “viadinho e sapatona” pode é aceito, mas qualquer comentário contra um heterossexual leva três anos de cadeia! Aonde está o BOM SENSO das pessoas?

Os homossexuais já são um grupo de “minorias políticas” agora com esse projeto de lei criminalizando a heterofobia (você já viu algum gay gritando ‘heterozinho, heterozinho’ na rua?) teremos de voltar aos tempos medievais e novamente aceitar a Heteronormatividade com seus padrõezinhos construídos em uma moral religiosa, de que o digno é procriar e ter uma família “normal”, e a gente que todos os dias é estigmatizado e sem voz política tem de aceitar de cabeça baixa? NÃO já está na hora de dar um BASTA a essa palhaçada toda!

Vamos aproveitar esse ano de eleições e tentar eleger os candidatos mais condizentes com os cargos, não um bando de bandidos, e se não encontrar votem NULO, melhor um voto NULO do que um voto pra quem vai fazer essa CAGADA que está fazendo hoje.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O meu orgulho!

O programa de hoje profissão repórter apresentou o tema homoafetividade, meu ponto de vista: uma bela edição do programa, das entrevistas da escolha dos personagens, dos depoimentos dos pais, acho sim que é importante um programa relembrar a nossa sociedade que existe a homoafetividade e que SIM é FATO em nossa sociedade, que somos normais acima de qualquer preconceito, e eu tenho ORGULHO de ser o que sou, GAY.

Bom agora minha critica: Sabem aqueles comprimidos que são feito de farinha? Placebo, aqueles comprimidos que quem toma acha que fez efeito só pelo fato de estar tomando uma medicação, então... O programa foi efeito placebo, mera superficialidade, vimos o programa e achamos que o que vimos foi suficiente pra entender a homoafetividade e que toda a realidade é aquela, ENGANO no meu ver o programa precisa de audiência e nada melhor do que temas “polêmicos” pra tal, temas que estão em destaque, agora parem e pensem, será que aquilo é a realidade dos personagens homoafetivos? NÃO! Não todos os dias morrem gays e lésbicas decorrente de atrocidades homofóbicas e o que a segurança publica faz? E os pais que expulsam os filhos de casa? E os sujeitos que não se assumem por medo da sociedade e por medo da própria família? E os vários e vários homossexuais que são agredidos pelo simples fato de serem homossexuais? Pelo simples fato de A-M-A-R-E-M alguém do mesmo gênero, isso é aceitação? Isso é a diminuição do preconceito na nossa sociedade? Corrijam-me se eu estiver errado, mas NÃO, a nossa sociedade ainda continua nos castrando.

Porque será apenas sujeitos de classe media apareceram na reportagem? E a grande massa que vive nos subúrbios a realidade da realidade cadê? Agora volto um pouco, nosso Brasil deu um milhão e meio de reais pra concretude da homofobia, ainda estamos longe da nossa sociedade começar a TENTAR aceitar, na minha opinião não precisamos de aceitação porque não estamos fazendo nada de errado, o que QUEREMOS é RESPEITO, isso sim precisamos cobrar, respeito da população.

Eu acho que o programa conseguiu mostrar um ponto bem interessante, o sujeito que se aceita, que assume sua realidade e é feliz, e não importa vivermos em uma sociedade castradora e provinciana, o que importa é que somos felizes acima de tudo, somos felizes porque primeiro de tudo nos amamos a nos mesmos por ter coragem de expor uma posição contraria a massa, por não aceitar os sonhos impostos dos pais em nós, por amar anos mesmos em primeiro lugar e confiar que apesar de tudo somos seres humanos que amam e um dia todos vão entender que tudo isso é só uma velha forma de amar como outra qualquer.

Ana Carolina - Homens e Mulheres